“Segurança é um princípio indiscutível”. Para André Luiz Alves Junior, diretor presidente do SAAE Jataizinho, não há como flexibilizar quando o assunto envolve a saúde de operadores da estação de tratamento e da população como um todo.
Durante décadas, o SAAE utilizou cilindros de cloro gás para realizar a desinfecção das águas que abastecem a população da cidade. André, que trabalhou por 13 anos como operador da ETA, lembra que inicialmente era utilizado um sistema que tinha um tubo de cobre que saía pelo cilindro. “Esse tubo era muito sensível, ruim de manipular. Qualquer pressão extra ou batida podia furar esse tubo e tínhamos que descartá-lo. Depois foi implantado um outro sistema onde o cabeçote ia direto no cilindro, com mangueiras de plástico, mais fácil de manusear, porém, mais caro”.
Apesar da evolução, o diretor do SAAE conhecia os riscos envolvendo a manipulação do cloro gás, um elemento altamente tóxico e que pode ser até fatal se inalado em determinadas quantidades. “Eu tinha essa experiência com o cloro gás e acompanhei vazamentos, sentindo aquele cheiro forte e sabendo que é um elemento muito perigoso. Quando assumi a diretoria, não abri mão da segurança, por isso uma das primeiras medidas de atualização do sistema foi instalar o sistema Hidrogeron, que tem uma segurança extrema e não me arrependo!” conta André, sobre a implantação do sistema que aconteceu há cerca de um ano.
Segurança da população
Os maiores especialistas em saneamento lembram que uma estação de tratamento de água é a última grande barreira entre doenças de veiculação hídrica e a população, portanto muitas vidas dependem da qualidade da cloração. “Um dos pontos positivos da instalação do sistema Hidrogeron é que a solução se perde muito pouco, quase nada”, aponta André.
O diretor cita a volatilidade característica dos gases e do próprio elemento cloro: “Com o cloro gás, tínhamos que sair da ETA com um teor de cloro de 1,1 ppm, 1,2 ppm para poder obter lá na ponta da rede de distribuição um residual de 0,5 ppm, 0,6 ppm. No verão o cloro gasoso se dissipava ainda mais rápido”, e compara:
“Com a cloro Hidrogeron a água sai da ETA com o teor de 0,8 ppm, 0,9 ppm e chega à ponta de rede com os mesmos teores, quando constatamos alguma perda, a água está com 0,7 ppm, que ainda é muito acima do limite mínimo da portaria que preconiza que seja de 0,2 ppm”.
A eficiência e estabilidade do cloro Hidrogeron já foi confirmada em diversos estudos científicos, como, por exemplo, a pesquisa “Comparação de desinfetantes comerciais e a solução produzida in loco: o decaimento do cloro nas águas de abastecimento humano”, realizado pela Universidade Estadual da Paraíba e coordenado pela professora Weruska Brasileiro.
Clique aqui para acessar o estudo comparativo de eficiência realizado pela UEPB
Mais independência na produção de cloro
Jataizinho vivia uma complicada realidade de abastecimento que atinge a maior parte das cidades de pequeno porte no Brasil, que representam mais de 90% de todas as cidades do país, e onde vivem mais de 70 milhões de brasileiros.
O SAAE de Jataizinho mantém 100% da população do município abastecida com água tratada, mas durante décadas comprou cloro envasado em cilindros que vinham de fornecedores de centros produtivos distantes. Por serem compras menores, muitas vezes o fornecedor do cloro gás aguardava que municípios vizinhos maiores solicitassem o produto para vincular e viabilizar a entrega para os municípios menores. Em resumo, não era raro que faltasse o produto e o SAAE precisasse realizar compras emergenciais de cloro líquido de municípios vizinhos.
A chegada da pandemia agravou ainda mais a insegurança na entrega, além de promover a alta do preço do cloro gás. Para a administração essa situação ficou insustentável, e o SAAE decidiu gerar a solução oxidante (cloro Hidrogeron) para a cloração da água da população em suas próprias dependências, utilizando apenas sal, água e eletricidade. Em outras palavras, gerando cloro estável e eficiente por meio da eletrólise da salmoura.
E os custos?
André diz que, embora existam ainda muitas variáveis para ser computadas em relação à troca do sistema de cloração por gás pelo sistema de geração de cloro in loco, mas que os resultados financeiros são parecidos. Já, com a implantação do saturador de flúor tivemos uma economia entre 50 e 75 kg de flúor por dia (uma economia de 40% em relação ao que consumia) e este é um elemento químico que está com o valor muito elevado. Se juntarmos todo o sistema, com o gerador de cloro, dosadora e saturador de flúor, a economia foi grande”, conta o diretor do SAAE.