Pindoretama, no Ceará, é a terra dos engenhos de açúcar, a “capital da rapadura” e também pretende se tornar uma referência na gestão dos serviços de abastecimento de água em pequenos municípios. Distante pouco menos de 40 km da capital, Fortaleza, o município se encontra em uma região de saturação hídrica. Pindoretama, com cerca de 20 mil habitates, está localizada em uma área climática de transição entre tropical quente semiárido e semiúmido, próxima a um grande aglomerado urbano, com quem, portanto, acaba por competir pela água.
Produzir água de qualidade, com segurança para a população, é um grande desafio que os sistemas municipais de abastecimento tem para si, e aí, a gestão local tem feito toda a diferença.
O SAAE de Pindoretama utilizava cloro gás para a desinfecção da água. Uma das ações mais importantes da nova gestão foi a adoção do sistema de geração de cloro in loco da Hidrogeron. “Em breve, nossa população vai ter um serviço rápido, de qualidade e baixo custo”, disse Áquila Gondim, diretor do SAAE de Pindoretama, quando anunciou a conclusão da implantação do sistema em meados de novembro.
O SAAE utilizava cloro gás. “Sabe-se que o cloro gás se perde muito, é muito volátil, não consegue manter a dosagem ao longo da rede, sem falar do risco, tanto para os operadores quanto à população” conta o gestor que ainda revelou que sua preocupação prioritária ao assumir o SAAE era a segurança, já que existe uma escola vizinha à ETA. A sala onde eram armazenados os cilindros dividia parede com uma sala de aula de educação infantil.
Áquila conta que assim que assumiu a diretoria, há cerca de uma ano, encontrou uma estrutura precária para o tratamento e foi atrás de tecnologias eficientes e viáveis para a melhoria da qualidade da água distribuída. Uma das primeiras ações foi equipar o laboratório de análise do SAAE. Então visitou as estações de tratamento vizinhas para conhecer melhor a realidade regional. E foi no Saae de Jaguaribe que conheceu a tecnologia de geração de cloro in loco da Hidrogeron. “Uma das coisas que me impressionaram é que a turbidez da água bruta captada por eles era de 1000 e eles conseguiam disponibilizar em zero para a população”.
Em vídeo, Áquila registra o depoimento de Francisco Tadeu Pinheiro, ainda enquanto diretor do SAAE de Jaguaribe, sobre o uso do gerador de cloro in loco: “Usamos o sistema há 8 anos. Foi um ganho para o sistema como um todo. Temos um sistema com 20 km de rede (de distribuição de água) e a água chega com as ppms dentro do que preconiza a Portaria, até nos pontos mais distantes”.
Já o coordenador da ETA, Cícero Barreto lembrou: “É uma tecnologia nacional e simples, e os resultados superaram nossas expectativas. A gente tem que correr atrás de novas tecnologias pois as exigências são grandes. Nós alcançamos grandes benefícios com a aplicação do hipoclorito de sódio gerado in loco”. Sobre a assistência, o coordenador afirmou: “A empresa, nesses 8 anos, nunca descumpriu com os serviços de manutenção do equipamento. Hoje, a água de Jaguaribe é de qualidade. É outra água! Erradicamos os problemas com lodo na decantação e floculação. Acabou!”.
O fantasma do gás cloro
“Ao lado do SAAE parede com parede onde ficavam os cilindros de cloro gás é um colégio, com salas de educação infantil. Tínhamos medo de vazamento e ir para crianças e acontecer um problema bem maior” explicou Gondim. Ele aponta que inicialmente os operadores ficaram em dúvida sobre a eficácia do cloro por resultado de uma produção tão simples, por meio da eletrólise da salmoura, mas à medida em que foram conhecendo o equipamento mudaram essa postura. “Fizemos as instalações e com apenas dois dias de testes já vimos uma diferença enorme na cor e na qualidade da água. Fazemos a pré e a pós cloração e tem dado um resultado muito bom para a gente. Os operadores ficaram maravilhados com o resultado na prática e não tiveram resistência ao treinamento” finaliza o gestor.
Assista ao vídeo no qual o diretor do SAAE de Pindoretama anuncia o início da operação do sistema de geração de cloro in loco: