Diante da crise hídrica e a falta de interesse político e econômico em investir em projetos de tratamento de água em comunidades afastadas, qual alternativa resta para a população do interior da região mais árida do Brasil?
Leonardo Athayde, gerente geral da Central de Seabra (BA), tem a resposta: a organização social. O associativismo para levar água de qualidade para as comunidades rurais da Bahia foi o tema de live da série “Saneamento em Pauta”. Hoje, esse modelo de gestão utilizado por uma entidade multi comunitária, a Central de Associações Comunitárias para Manutenção dos Sistemas de Saneamento, na Bahia, leva água tratada a mais de 70 mil pessoas do interior.
A primeira central de associações foi implantada em 1995, em Seabra. Com o sucesso do modelo, três anos depois, em 1998, surgiu a Central de Jacobina. Juntas elas atendem a 120 associações em 209 comunidades de 26 municípios. São 21.500 ligações ativas abastecendo uma população aproximada de 73 mil pessoas. A tarifa mínima atual para os associados para até 10m3 é de R$ 8,10. Segundo a Agência Nacional das Águas, (ANA) o valor médio no Brasil para 10m3 de água tratada é de R$ 30,60.
O modelo de gestão influenciou a criação de outra grande referência no saneamento rural no estado vizinho, o Ceará. Lá o SISAR atende a 700 mil pessoas e atualmente é um grande parceiro das Centrais.
Água tratada, saúde e dignidade
A organização trabalha pelo empoderamento e fortalecimento das associações, proporcionando maior organização social e poder de decisão das comunidades, que passaram a ter mais independência do poder público na gestão do tratamento e distribuição de água. A comunidade decide as ações por meio de assembléias para reajuste de tarifas, vendas de bens, inclusão ou exclusão de copartícipes, por exemplo. Ali, também se decide a realização de parcerias com organizações, o que já rendeu mais de R$ 1 milhão para investir em novas tecnologias.
Entre os desafios atuais apontados por Leonardo, estão a busca por tecnologias de baixo custo, o envolvimento de jovens das comunidades no associativismo e enfrentar os desafios propostos pela Portaria 888. A escassez hídrica, que ameaça todo o país atualmente, é uma triste e antiga realidade das comunidades do interior baiano, e é justamente para combatê-la, levando água saudável à população baiana é que surgiram as centrais.
Parceria com a Hidrogeron
Leonardo Athayde também fala na live sobre como a participação da tecnologia Hidrogeron tem dado resultados importantes: “Utilizamos a tecnologia Hidrogeron inicialmente em 7 sistemas na região do Rio de Contas. São sistemas que utilizam águas superficiais cujo tratamento possui um custo elevado. E com a aquisição deste equipamento nós conseguimos reduzir, em média, 60% dos nossos custos operacionais”, e completa: “A Hidrogeron é uma grande parceira da Central”.
“Com a aquisição deste equipamento nós conseguimos reduzir, em média, 60% dos nossos custos operacionais”
Leonardo Athayde, gerente-geral da Central Seabra/BA
Assista ao trecho em que Leonardo Athayde fala sobre os benefícios da tecnologia Hidrogeron para os sistemas mantidos pelas centrais: