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“Não desinfectar efluentes é um equívoco monumental!”

Até meados dos anos 90, era praticamente inexistente a utilização de cloro para a desinfecção de esgoto bruto ou tratado no Brasil. Os motivos principais eram os custos elevados e a deficiência no tratamento de efluentes no país como um todo. Atualmente o Brasil vive uma dualidade: enquanto grandes empresas de saneamento, como Sanepar e Sabesp, por exemplo, não aprovam projetos de ETEs que não contemplem a desinfecção de efluentes, existe, paralelamente, a resistência desta prática em outras regiões. 

Se o cloro possui excelentes resultados na eliminação de bactérias, vírus, esporos e algas, e é o mais viável dentre os desinfetantes conhecidos, quais seriam então os motivos da resistência ao seu uso? Em entrevista ao canal da Hidrogeron no Youtube, o engenheiro Sidney Seckler, um dos mais respeitados pesquisadores e autores do saneamento nacional, explica:

 

“Muitos têm a falsa percepção de que artigos estrangeiros criticam a desinfecção com cloro no tratamento de águas residuárias. O que existe, na verdade, são cuidados para que esse uso não acabe sendo nocivo em determinadas quantidades e circunstâncias”. – Sidney Seckler. 

 

A maior preocupação é com a formação de subprodutos da cloração nos efluentes, como é o caso os  trihalometanos (THMs), associados a efeitos adversos à saúde, e também com o impacto à vida aquática dos corpos receptores.  

Os THMs são substâncias basicamente formadas quando se há uma condição propícia de matéria orgânica presente na água a ser tratada e cloro. O limite máximo permitido para consumo humano no Brasil é de 100 PPB. 

Para Sidney Seckler, cada caso deve ser cuidadosamente estudado e não sumariamente descartado, e que é preciso fazer a cloração e posterior decloração, minimizando os riscos. Sobre os impactos do uso do cloro à vida aquática, o engenheiro convida a uma uma reflexão:

 

“Há de se pesar os benefícios: O que é melhor? Produzir um efluente devidamente desinfectado com segurança microbiológica, que você possa lançar em um corpo receptor ou um efluente que, apesar do tratamento secundário, ainda traz uma qualidade microbiológica altamente comprometida”? -Sidney Seckler

Seckler acredita que é preciso maior convergência de objetivos para beneficiar a população e o meio ambiente: “Falta uma conversa mais realista entre os órgãos ambientais e as companhias de saneamento. Por um lado, falta uma visão mais pragmática aos órgãos ambientais, por outro, não é raro que as companhias negligenciem questões ambientais importantes”, completa.

 

Ozônio e ultravioleta

 

Seckler ainda aponta o ozônio e ultravioleta como bons agentes desinfectantes mas dependem de efluentes de boa qualidade, clarificado, e nem sempre as ETEs brasileiras conseguem produzir um efluente assim. Também cita custos com custos de implantação, troca de lâmpadas, manutenção e operação mais complexa como dificultadores para se adotar tais processos.  

Assista ao trecho da entrevista no qual Sidney Seckler fala sobre a desinfecção de efluentes:

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