A expansão do mercado de fretes faz com que, estatisticamente, aumentem também os riscos inerentes à atividade: acidentes, vazamentos, congestionamentos, roubo de carga. E isso tudo pode significar aumento inesperado dos custos de insumos e da produção como um todo, ou até a paralisação das suas atividades por falta de matéria prima.
A odisséia do cloro gás nas estradas
Quem depende do mercado tradicional de cloro está refém de diversos fatores . Muitas indústrias ou estações de tratamento de água ficam distantes dos polos produtores que fornecem cloro. A companhia Águas de Teresina, por exemplo, utilizava gás cloro e depois passou a usar hipoclorito de sódio comercial na cloração do sistema de tratamento de água da cidade. O hipoclorito comercial com concentração de 12% saía da fábrica em São Paulo e percorria mais de 2.600 km para chegar ao seu destino, ou seja, o produto ficava mais de 40 horas rodando, inevitavelmente, enfrentando altas temperaturas. Neste caso, quando o hipoclorito chegava ao seu destino já não tinha mais a concentração com a qual saiu da fábrica. Por causa do calor da incidência solar sobre o caminhão e pela a degradação natural do hipoclorito de sódio seu armazenamento por longos períodos não é recomendável (e isso, por sua vez, exige mais fretes).
Maior independência na produção de cloro
O sistema de produção de cloro in loco da Hidrogeron utiliza apenas três insumos: a água, eletricidade e sal de cozinha (cloreto de sódio). E isso representa maior independência na produção de cloro. Evidentemente o sal também precisa de transporte, mas suas vantagens sobre a comercialização do cloro pronto são enormes. Primeiro porque o sal é um insumo abundante e barato. Segundo, porque o sal de cozinha (um conservante de alimentos em si) pode ficar armazenado por até cinco anos sem perder suas propriedades, permitindo assim uma significativa redução nos fretes. A indústria alimentícia geralmente já utiliza esse insumo no processo produtivo, o que facilita a logística em relação à aquisição de sal. A terceira grande vantagem é que a geração de cloro in loco elimina os riscos de passivos ambientais, sociais e trabalhistas relativos ao transporte e manuseio de cloro.
Talvez nem fosse necessário dizer diante do óbvio: o custo do cloro a ser utilizado cai consideravelmente quando ele é fabricado pela própria indústria que vai utilizá-lo.
Você está refém da instabilidade no fornecimento de cloro?
Essa análise é fundamental, pois, “dependência”, neste contexto, significa estar à mercê da oscilação nos custos de frete, imprevistos na entrega, falta de controle quanto ao teor de cloro ativo do produto adquirido, riscos aos operadores e, talvez o pior: a paralisação da produção por falta de água clorada dentro das exigências do SIF.