O grande desafio do saneamento no Brasil é a contenção e eliminação dos microrganismos durante o tratamento. Esta é a avaliação da engenheira civil Ângela Di Bernardo Dantas, durante uma live na Semana da Água, evento organizado pela Hidrogeron, em comemoração ao Dia Mundial da Água.
Ângela é mestre e doutora pelo Departamento de Hidráulica e Saneamento da EESC-USP na área de pesquisa da água para abastecimento, e também diretora da Hidrosan, empresa que prestou consultoria e compilou as informações de 184 estações de tratamento de água no Brasil nos últimos anos. Embora tenha encontrado boas práticas e eficiência, aponta um cenário geral preocupante: “É lamentável o estado de abandono de nossas ETAs em boa parte do país”.
A engenheira aponta que a maioria do país é marcada por ETAs convencionais com decantadores e se faz necessário implantar tecnologias mais avançadas e eficientes no tratamento da água para abastecimento humano, como a aplicação de ozônio, dióxido de cloro, radiação UV, carvão biológico ativado granular e separação por membranas, principalmente para ultrafiltração. “Mas, para que o sistema seja sustentável, precisamos ter uma tarifa que justifique-se, para que possamos garantir a segurança da água”, aponta a engenheira, que ainda complementa:
“Nossas ETAs estão operando mal. E quando a ETA não funciona bem, principalmente na etapa de filtração, não temos mais barreiras contra organismos e elementos nocivos na água”.
Confira o trecho da apresentação de Ângela di Bernardo Dantas para a Semana da Água Hidrogeron, no qual ela apresenta tecnologias viáveis para o tratamento de água para o país: